31 março, 2010

Disney prepara nova versão de "A Bela Adormecida"

       A próxima produção da Disney será "Maleficent", um filme baseado no conto "A Bela Adormecida", mas desta vez contado a partir do ponto de vista da Bruxa Má e retratado com actores reais.
       Nenhum actor está ainda confirmado, no entanto Angelina Jolie já tornou público o seu interesse em interpretar o papel principal .
        O argumento, quase acabado, está ao cargo de Linda Woolverton e, embora não haja ainda confirmação, tudo indica que seja Tim Burton o realizador, ou seja, "Maleficent" contará com a mesma dupla argumentista/realizador do recente "Alice no Pais das Maravilhas". Tim Burton, que possui neste momento projectos como "A Familia Adams" e "Dark Shadows", só irá confirmar a realização da nova versão do popular conto da Disney após leitura do argumento final.

30 março, 2010

Estreia de filme com Uma Thurman com apenas um espectador

       O ultimo filme protagonizado por Uma Thurman, Motherwood, vendeu apenas um bilhete no seu dia de estreia em Londres.
       O filme, que aborda temas como a maternidade, teve ao longo do fim-de-semana só 11 espectadores, rendendo apenas 88 libras (cerca de 100 euros). Em todas as outras salas de cinema do Reino Unido em que o filme foi exibido, a rejeição por parte do público foi semelhante, algo que já havia acontecido nos EUA, onde o filme não facturou nem 1% do seu orçamento total.
       Este não foi no entanto o maior insucesso da história do cinema, cabendo essa "honra" a My Nikifor, um filme Polaco estreado em 2007.
       Para além de Uma Thurman, o filme conta também com Anthony Edwards, Minnie Driver e Jodie Foster, mas nem tal elenco foi suficiente para dar sucesso ao filme.

24 março, 2010

Morreu cineasta José Maria Nunes

       José Maria Nunes, nascido em 1930, morreu ontem, dia 23, em Barcelona, vitima de um acidente vascular cerebral.
       O Presidente da República, Cavaco Silva, já mostrou os seus sentimentos: "Foi com profunda consternação que tomei conhecimento do falecimento, do senhor José Maria Nunes, a cuja capacidade de realização no domínio cultural e a cujo contributo para as relações entre Portugal e a Espanha, e em particular com a Catalunha, me coube, ainda recentemente, prestar homenagem".
       O cineasta português foi quem deu os primeiros passos da Escola de Cinema de Barcelona, realizou ao todo 14 filmes e deu o seu contributo em 27 obras, sendo a sua ultima "Res Publica".

22 março, 2010

Tim Burton irá realizar filme da Familia Adams

       Tim Burton, realizador do sucesso de bilheteira "Alice no Pais das Maravilhas" afirmou recentemente que se prepara para realizar uma longa-metragem de animação baseada nas histórias iniciais da "Familia Adams".
      O realizador adiantou que o filme vai ser feito em 3D, recorrendo à técnica de animação stop-motion, utilizando miniaturas que serão animadas cena a cena (técnica utilizada no filme "A Noiva Cadáver", do mesmo realizador).
       Os direitos das personagens originais criadas por Charles Addams já foram adquiridos pela Illumination Etertainment, da Universal, sendo portanto esta a financiar o filme.
Tim Burton - Site Oficial

16 março, 2010

District 9

Realização: Neill Blomkamp
Interpretação: Sharlto Copley, Jason Cope, Nathalie Boltt
Ano: 2009

       Uma nave espacial alienígena chega ao nosso planeta e pára sobre Joanesburgo, África do Sul. Não mostrando qualquer sinal de vida ou de qual possa ser o objectivo da sua vinda ao nosso planeta, a população terráquea decide forçar a entrada na nave. Lá, encontram centenas de alienígenas, enfraquecidos, com fome e vivendo em condições desumanas (se é que assim podemos chamar). Não sabendo bem o que fazer com eles, o governo local transporta estes seres para uma área chamada Distrito 9 (uma alusão ao Distrito 6 do regime do apartheid).
       Aqui, os alienígenas vivem com poucos ou nenhuns direitos, num ambiente quase anárquico. Não param de crescer em quantidade, então o governo decide mudá-los para um novo distrito, o distrito 10, mais distante das habitações humanas.
       A história do filme começa aqui, quando Wikus van de Merwe (Sharlto Coplay), um simples funcionário da empresa responsável por relações entre humanos e alienígenas, a MNU, é encarregue de informar os extraterrestres da sua mudança.


       Este é o ponto de partida para a história, mas durante as duas horas de filme, a narrativa muda completamente em certos pontos, tornando-a imprevisível até ao seu final.
       District 9 não é apenas um filme sobre extraterrestres, é muito mais que isso. Estes são apenas uma metáfora para os problemas sociais, que ainda hoje existem, de grupos minoritários. A população de Joanesburgo não simpatiza de nenhuma forma com estes visitantes. Não havendo forma de diálogo, sendo de culturas e raças completamente diferentes e tendo os alienígenas um aspecto repulsivo, a cidade quer vê-los o mais longe possível das suas casas.
      No entanto, por mais diferentes que eles sejam de nós, durante o filme vemos estes seres reagirem da mesma forma que os humanos, mostrando sofrimento, angustia, desejos e sensibilidade. Inevitavelmente o espectador começa a sentir compaixão por estes, revoltando-se com a forma como eles são tratados.


       District 9 é uma análise ao comportamento humano no que toca à forma como tratamos aqueles que são diferentes de nós. Mostra o pior que pode existir ao nível da xenofobia e racismo, por vezes de forma sarcástica. É uma representação social alternativa de regimes como o apartheid ou o regime nazi.
       Sharlto Coplay desempenha o seu papel de forma credível, sendo a única personagem humana relevante, todo o filme gira à volta dele.
       A nível de efeitos especiais, as animações por computador e a interacção das mesmas com as personagens de “carne e osso” está bem conseguida, mas nada que nos surpreenda nos dias de hoje.
       Um filme bastante metafórico e simbólico, utilizando extraterrestres para criar algo nunca antes feito.

.João Miranda
[7/10]

500 Days of Summer

Realização: Marc Webb
Interpretação: Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel
Ano: 2009

       500 Days of Summer é uma história sobre uma rapariga que não acreditava no amor, e o rapaz que se apaixona por ela.
       Logo no inicio do filme o espectador é transportado directamente para momentos depois do rompimento da relação entre Tom (Joseph Gordon-Levitt) e Summer (Zooey Deschanel). Tom encontra-se destroçado e perdido, enquanto os amigos que o rodeiam procuram uma forma de o animar.
       Só depois é nos dado a conhecer um pouco mais sobre as personagens e o que aconteceu até este momento, sendo todo o filme contado sob o ponto de vista de Tom, enquanto este relembra os momentos que marcaram a sua vida com Summer, antes e depois desta ter acabado a relação.
       A narrativa não é linear, avançando e retorcendo dias, principalmente de forma a comparar quem era Tom durante a relação, e o impacto que o rompimento desta teve nele. Apesar de a história estar constantemente a saltitar entre o passado e o presente, isto nunca confunde o espectador, sendo toda ela bem perceptível.


       500 Days of Summer é um filme sentimentalmente forte, chega a ser cruel. O filme é frio com o público, mas sobretudo, verdadeiro. Para quem procura um romance com final feliz e fácil de digerir deve, sem dúvida, evitar este título. No entanto, não é apenas um filme triste e dramático. Há espaço para comédia e para momentos adoráveis entre o casal. É sem dúvida um filme bastante completo, retratando de forma pura todas as emoções de uma relação: Desde os primeiros sinais de desejo até ao término.
       Uma obra realista e verdadeira, retratando aquilo que já aconteceu um pouco pela vida de muitos de nós.
       Ideal para quem começa a exigir algo mais original da Sétima Arte.

.João Miranda
[8.5/10]

10 março, 2010

Eternal Sunshine of the Spotless Mind


Realização: Michel Gondry 
Interpretação: Jim Carrey, Kate Winslet, Elijah Wood, Kirsten Dunst
Ano: 2004

      Joel (Jim carrey) fica chocado quando descobre que após o rompimento da sua relação com Clementine (Kate Winslet) esta decidiu recorrer a uma agência para apagar (literalmente) todas as memórias que possuía dele. Revoltado, decide recorrer à mesma agência para destruir todas as recordações que possuía com Clementine. Mas é quando Joel revê os bons momentos que ambos passaram que se arrepende, e começa a procurar uma forma de evitar que estes sejam apagados.
       Logo quando nos são apresentadas as personagens principais podemos ver que não estamos a presenciar um romance normal. Joel e Clementine estão longe de serem perfeitos como os amantes de romances cliché. Joel não é confiante de si próprio e mostra-se pelo filme inteiro como alguém tímido e reservado em todos os aspectos, desde a sua forma de se vestir até às suas atitudes. Clementine, pelo contrário, é extrovertida e descarada. Enquanto Joel transmite um certo medo que notem nele, Clementine tem como hobbie pintar o cabelo de cores vivas. Ela não é especialmente atraente, e apresenta uma personalidade algo complicada e impulsiva. Nem estes são sequer perfeitos um para o outro, aliás, são as suas diferenças que geram em vários momentos do filme um choque de personalidades. As duas personagens estão repletas de imperfeições e defeitos e é isso que as torna humanas e identificáveis.



        É essencialmente um filme sobre recordações e sobre o amor, invocando-o de formas distintas e olhando para o sentimento sob vários pontos de vista. Sendo assim, o filme jamais poderia se focar exclusivamente no romance principal, possuindo também algumas narrativas paralelas a esta. É possível que os arcos narrativos secundários aborreçam de alguma forma quem pretende ver apenas o romance entre Joel e Clementine, mas estes são essenciais para a conclusão do filme em si.
        Eternal Sunshine é um filme poético e um hino á beleza da imperfeição humana. Obviamente, são mais aqueles que preferem assistir a um romance com amantes perfeitos e amores infalíveis do que observar personagens banais a enfrentarem problemas vulgares, por isso não é um filme que agrade a todos. Para além disso, a narrativa não é linear, chega a ser abstracta e psicadélica em alguns momentos, algo que nem todos os espectadores estão dispostos a aceitar.
        Algo que deve ser notado para além disto, é sem duvida a banda sonora, sendo soberba e encaixando perfeitamente com cada momento do filme.

        Quanto ao elenco não ha muito a dizer: Kate Winslet e Jim Carrey desempenham os seus papeis de forma soberba, e outra coisa não seria de esperar.
        Eternal Sunshine of The Spotless Mind não é um filme para nos entreter, mas sim para nos fazer pensar. Coloca-nos questões como “Se pudéssemos apagar certas memórias, seria isso o melhor para nós?”
.João Miranda
[10/10]

04 março, 2010

Fight Club

Realização: David Fincher  
Interpretação: Brad Pitt, Edward Norton, Helena Bonham Carter
Ano: 1999 

       O Narrador (Edward Norton) é uma alguém rendido ao consumismo, com uma vida simples, segura, mas isenta de significado. Atormentado pelo vazio da sua vida encontrou salvação participando em terapias de grupo, ouvido relatos de vidas bem piores que a sua, conseguindo assim sentir-se calmo e completo. Mas é quando conhece Tyler Durden (Brad Pitt) que descobre uma forma de mudar a sua vida radicalmente.
       E é ao entrar em cena Tyler Durden que somos bombardeados com filosofias de vida e formas de pensar que, de uma forma ou de outra, acabam por ter impacto em nós. A personagem interpretada por Brad Pitt está sempre disposta a mostrar os seus pontos de vista niilistas e anti-capitalistas ao longo do filme. Repleta de carisma e confiança nas suas crenças, é o ponto principal da essência do filme.


      Fight Club é a representação de um estilo de vida e uma forma de pensar completamente diferente ao que a maioria de nós está habituado. É uma revolução cultural, um grito de revolta contra uma sociedade consumista e superficial. Faz-nos pensar sobre o mundo que nos rodeia e sobre os valores da sociedade. É, mais do que visualmente, psicologicamente violento: Faz o espectador pensar em coisas que provavelmente seria melhor não o fazer. É um dos poucos filmes capazes de mudar a perspectiva de alguém.
       No meio disto tudo, Marla (Helena Carter) dá o toque feminino ao filme, dado lugar para um pouco de romance.
       Fight Club não é um filme acessivel. Devido à sua complexidade e à  agressividade da mensagem que transmite é provável que muitos não gostem ou o interpretem de forma errada. Mas com um elenco empenhado, uma narrativa forte e com um final surpreendente, não há desculpa não não ver um dos maiores filmes de culto.

.João Miranda
[9/10]