06 outubro, 2010

Candy

Realização: Neil Armfield
Interpretação: Abbie Cornish, Heath Ledger, Geoffrey Rush
Ano: 2006
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            Candy é um filme sobre um triângulo amoroso entre Candy (Abbie Cornish), uma estudante de artes plásticas, Dan (Heath Ledger), um aspirante a poeta, e a heroína. Inspirado no livro homónimo de Luke Davis, o filme conta a história de um casal imaturo e ingénuo mas com um elo de ligação entre os dois fortíssimo. Usam as drogas como uma parte das suas vidas até que o seu consumo se descontrola, e começam a viver centrados na heroína, fazendo de tudo para a obter. O casal entra assim numa espiral de auto-destruição e desespero enquanto ao mesmo tempo lutam para salvar o sentimento entre eles. Essa espiral é dividida na narrativa através de três capitulos: "Heaven", "Earth" e "Hell", onde o próprio nome de cada um espelha a queda do casal.
       É um filme que envolve drogas, mas estas são uma parte do romance em si e nunca um ponto onde a obra se foque. É diferente de filmes como Requiem for a Dream ou Trainspotting pois o ponto central do filme nunca deixa de ser o romance. Não existem cenas de tráfico ou planos focados na injecção da heroína em si. A própria decadência dos amantes é mais psicológica do que visual. Mostra mais aquilo que as drogas nos podem tirar de bom do que as consequências negras das mesmas.
       O filme é capaz de prender o espectador facilmente desde os primeiros momentos, sendo fácil simpatizar com a inocência de Dan e com o mau feitio de Candy. Consegue ser uma obra realista mas ao mesmo tempo esse realismo é transmitido ao espectador de uma forma poética. Consegue ter cenas de um dramatismo elevado sem sequer necessitar de qualquer fala por partes dos actores - de destacar o momento em que Dan chega a casa com um ramo de flores e encontra as paredes cheias de frases que Candy escreveu com vernizes e batons. Uma cena que só por si representa bem a loucura e degradação poética que o filme transmite.
       As interpretações estão bem conseguidas, de destacar a carga emocional que tanto Heath Ledger como Abbie Cornish conseguem transmitir, principalmente nas cenas mais dramáticas. E são principalmente essas cenas que fazem de Candy uma obra com impacto no espectador, onde este dificilmente ficará indiferente.
       A narrativa é bastante simples, e o que poderia ser um ponto fraco noutros filmes aqui é um ponto forte. Tudo no filme é simples e natural, desde a banda sonora até à personalidade das personagens. Mas essa descomplexidade é um dos pontos que faz de Candy um filme único. É como se a um conto de fadas infantil, simples e inocente, tivéssemos acrescentado o elemento das drogas e todas as consequências que elas acarretam. 
       Candy é um filme tão belo quanto perturbante, juntando um romance ardente com a ruína das drogas num equilíbrio poético raramente visto no cinema. 
.João Miranda
[8/10]

18 agosto, 2010

American History X

Realização: Tony Kaye
Interpretação: Edward Norton, Edward Furlong, Avery Brooks
Ano: 1998
----------------------------------------------------------------------------       American History X é um filme violento, talvez até demasiado, abordando o racismo desde a sua origem até às suas consequências. Violento não só a nível visual porque embora tenha a sua violência gráfica, não é esta que se destaca quando comparada com a agressividade psicológica que a obra transmite.
       Sendo narrada por Danny Vinyard (Edward Furlong), a história começa com um flashback onde este repara num grupo de indivíduos de raça negra que se preparam para roubar o carro do seu irmão, Derek Vinyard (Edward Norton), alertando o mesmo. Edward Norton mostra logo nas primeiras cenas o seu potencial, conseguindo transmitir só pelo seu olhar um misto de ódio e ansiedade ao espectador. Decide confrontar os assaltantes e acaba assassinando dois deles a tiro. A policia aparece, e Derek é preso com um sorriso orgulhoso no rosto, tornando-se num ídolo para o seu seu irmão mais novo que assiste a tudo.


       Derek Vinyard é uma personagem fascinante. É o líder de uma comunidade skinheads local, e enquanto todos os outros neo-nazis presentes no filme mostram, de uma forma ou de outra, um intelecto reduzido, Derek consegue ser carismático e inteligente. É alguém paradoxal, capaz de defender aquilo que acredita com paixão, e ao mesmo tempo sendo brutalmente violento em certas situações, numa delas explodindo de raiva logo após ter defendido o seu ponto de vista de forma até convincente. É uma personagem em mudança, e ao longo do filme, entre os flashbacks com imagens a preto e branco e representando o presente a cores, vemos alguém com duas facetas completamente distintas. É  como se Norton estivesse a representar duas personagens.
       Edward Furlong interpreta o irmão mais novo do líder skinhead. Danny é um jovem perdido e revoltado, vendo o seu irmão como um exemplo a seguir é facilmente influenciado por este, acompanhando portanto a mudança do mesmo. É um dos pontos fortes do filme pois é a personagem que possui mais carga dramática. Todo o filme é no fundo a visualização de um texto seu sobre o irmão.
       Tudo isto são pontos suficientes para tornar este filme algo excepcional, mas o ponto mais forte do filme está na imparcialidade com que este é narrado. Tal imparcialidade permite ao espectador optar por que lado quer estar durante o filme, e até no seu final podemos tirar a conclusão que acharmos melhor. Prova disso é este ser um filme ser um símbolo tanto por movimentos anti-racistas como por comunidades skinheads actuais.
       A produção do filme foi repleta de conflitos entre o realizador e outros membros da equipa, nomeadamente Edward Norton, tendo Tony Kaye considerado a hipótese de abandonar o seu trabalho a meio. Mas a verdade é que é difícil imaginar como poderia esta obra ser melhor.
       Um filme que recorre a um tema bastante usado para fazer algo completamente diferente. É audaz e cruel, e não está com meias medidas para representar uma verdade social ainda presente nos nossos dias.
.João Miranda
[8/10]

16 agosto, 2010

Green Zone

Realização: Paul Greengrass
Interpretação: Matt Damon, Jason Isaacs, Greg Kinnear
Ano: 2010      
                                                                             
       Em 2003, os Estados Unidos da América invadiram o Iraque com o fim de localizar as supostas armas de destruição massiva que se encontravam no país. A guerra eventualmente chegaria ao fim com os EUA a proclamarem-se vencedores, mas a verdade é que tais armas nunca foram encontradas. 
       Green Zone tem como base esse facto. Embora parta de uma premissa verídica, muito pouco da história teve como base pessoas ou contextos reais, devendo assim o espectador ver o filme como uma obra de ficção e não como uma espécie de documentário. Mesmo assim, a obra não deixa de expor uma verdade inconveniente para os EUA – algo que pode explicar o pouco sucesso que este filme teve no seu pais de origem. 
       Com leves inspirações no livro Imperial “Life in the Emerald City” de Rajiv Chandrasekaran, o argumento foca-se em Roy Miller, a personagem interpretada por Matt Damon, um sargento destacado para localizar as armas nucleares no Iraque que ao chegar aos supostos locais onde o armamento se encontraria nada encontra para além da dúvida se o objectivo da sua missão não foi simplesmente um pretexto para uma invasão com outros fins. 


 


       O espectador acompanha ao longo do filme o sargento enquanto este desvenda a cortina de mentiras à volta do verdadeiro motivo que o levou a participar numa guerra, travando a partir deste momento um conflito entre Miller que pretende divulgar a inexistência de armas de destruição massiva, e os serviços militares americanos que vêm este “abrir de olhos” do sargento algo muito inoportuno.
       Sendo a única personagem principal de todo o filme, a história é toda ela descrita sob o seu ponto de vista.
       A narrativa é frenética. Em nenhum ponto é aborrecida nem deixa de prender o espectador, num autêntico crescendo até ao final. É clara e objectiva o suficiente para agradar aos espectadores que procuram apenas um entretenimento, e consegue ao mesmo tempo ser rica e complexa para aqueles que procuram algo mais num filme. É um thriller com um equilibro perfeito entre o suspense e a critica política. 
       As personagens podiam ter sido mais trabalhadas. A única figura que acompanha o filme com relevância é o sargento Miller, mas nem este é aprofundado em nenhum ponto do filme, não permitindo a Matt Damon usar o seu potencial, nem permitindo ao espectador criar uma empatia com o herói. Mesmo assim, tanto a actuação de Matt Damon como de todas as personagens secundárias estão bem conseguidas, e embora não existam neste filme personagens memoráveis, todas elas possuem bastante credibilidade - algo que se alastra até aos figurantes, tendo o realizador Paul Greengrass escolhido militares para participarem no elenco.
       Qualquer pessoa informada já se deve ter questionado sobre os temas que o filme aborda, por isso Green Zone não é um filme que revele nada de novo. É, no entanto, bastante agradável ver a audácia com que o filme acusa os EUA de falsificação de provas que levaram a uma guerra seguida em directo por todo o mundo.
       Sete anos depois da invasão, já com Saddam Hussein capturado e executado, este épico bélico relembra-nos as condições dúbias em que os EUA declararam guerra, e nunca é tarde de mais para reflectir um pouco sobre as intenções que levaram à invasão do Iraque.

.João Miranda
[7/10]


The Dark Knight


Realização: Christopher Nolan
Elenco: Christian Bale, Heath Ledger, Aaron Eckhart,
Michael Caine
Ano: 2008

     Na última década o cinema tem sido bombardeado com dezenas de filmes de super-heróis, a maioria baseada em clássicos de banda desenhada, que pouco mais são do que blockbusters. Têm resultado enquanto filmes de entretenimento, são divertidos, agradam às massas, mas raramente possuem algo que realmente os destaque dos restantes. The Dark Knight é um filme de super-heróis, baseado também num clássico de BD, mas completamente diferente de qualquer filme do género alguma vez feito.
       Consegue superar em todos os níveis o anterior, e é capaz de se destacar em praticamente todos os aspectos: narrativa, realização, guarda-roupa, caracterização, e principalmente personagens e interpretações.
       O filme começa onde o anterior terminou, e arrasta consigo as mesmas dúvidas morais do anterior. Mas neste, de uma forma muito mais carregada. Batman (Christian Bale) é um símbolo de esperança e um ídolo para a população de Gotham City. Aqui encontra-se aliado a Harvey Dent (Aaron Eckhart), o Procurador-geral empenhado em acabar com o crime organizado na cidade, e Jim Gordon (Gary Oldman), um dos pouco polícias incorruptos restantes. No entanto, surge o lunático Joker, que através de uma chantagem psicológica direccionada para Batman consegue desunir a população de Gotham.



       Batman ainda é a personagem principal deste filme, mas a verdade é que Joker e a interpretação de Heath Ledger cativa mais do que qualquer outro aspecto na obra. O filme começa com um assalto a um banco onde Joker afirma olhando em direcção à câmara, em direcção ao espectador: “Aquilo que não te mata deixa-te estranho”. E no fundo é essa a premissa do filme. Seja através dos monólogos ou das suas atitudes, esta personagem luta para provar que qualquer homem se pode tornar tão insano quanto ele quando exposto a uma dose de dor suficiente, e tão vazio de valores quanto ele quando posto em cheque. A personagem de Ledger está conseguida de uma forma memorável, capaz de fazer o Joker de Jack Nicholson corar de vergonha. Inevitavelmente acaba por ser o foco principal da obra, fazendo o espectador ansiar pela próxima cena com o vilão enquanto assiste ao filme. As suas expressões faciais, a sua voz e o seu riso lunático são inesquecíveis. Ao longo de duas horas e meia é nos dada a conhecer a sua história, as suas crenças, tal como as novas personagens desta sequela, de destacar também a transformação de Harvey Dent ao longo do filme, com uma interpretação de Aaron Eckhart capaz de acompanhar bastante bem a personagem.
       A banda sonora é original e bastante completa, possuindo melodias que representam cada estado de espírito que o filme transmite. Muitas vezes ela é apenas um som de fundo, como um som ambiente, mas que faz a diferença toda em certas cenas.
       Resumindo, The Dark Knight é possivelmente o melhor filme de super-heróis alguma vez feito, conseguindo ter uma carga emocional difícil de igualar, e cenas que ficarão na memória do espectador.
       Resta esperar que o próximo filme, já em produção, consiga pelo menos acompanhar a qualidade deste.

.João Miranda
[8/10]

08 junho, 2010

Filme de Marilyn Manson já possui trailer

       Phantasmagoria: The Visions of Lewis Carroll, o filme do cantor Marilyn Manson,  já tem disponivel o seu primeiro trailer.
       O filme mostrará uma perspectiva pouco habitual de Lewis Carroll, o escritor do livro Alice no Pais das Maravilhas: "Eu quero pegar no conto infantil que todos conhecemos, e revelar as raízes horríveis que cada metáfora infantil possui. As personagens podem ser absurdas e envoltas em quebra-cabeças, mas é o autor (Lewis Caroll) e a sua história que eu considero dolorosamente semelhante à minha.", referiu Manson em relação ao seu projecto.
       O trailer mostra uma sequência de cenas abstractas, envoltas num ambiente negro, com elementos de terror e erotismo à mistura.
       Marilyn Manson será o realizador, argumentista, e o actor responsável pela representação de Lewis Caroll. O elenco possui nomes como Lily Cole, Evan Rachel Wood e Tilda Swinton.
       O filme não possui ainda data de estreia.


26 maio, 2010

Al Pacino irá interpretar Frank Sinatra

       Martin Scorcese está a preparar um filme biográfico sobre o cantor de "New York, New York". Embora o realizador ainda esteja a finalizar o guião, os principais protagonistas já parecem bem definidos, cabendo a interpretação de Sinatra a Al Pacino. No elenco é de destacar tambem a presença de Robert de Niro como Dean Martin, amigo do cantor.
       O filme irá representar diferente fases da vida de Frank Sinatra, e Scorcese coloca a hipótese de a representação do mesmo caber a mais actores para além de Al Pacino: "Não podemos mostrar apenas os grandes sucessos da vida de Sinatra. Já tentámos fazer isso. Não conseguimos. Por isso, a outra forma de abordar o tema é ter três ou quatro Sinatras diferentes: mais jovem, mais velho, de meia-idade e muito velho", afirmou o realizador. "A ideia será viajar pela sua vida e fazê-lo através da música. É isso que vamos tentar fazer, mas é muito difícil."

Filme baseado em Mass Effect

       O videojogo Mass Effect vai saltar para o grande ecrã através de uma parceria entre a Legendary Pictures (responsável por filme como "Spider-Man" e "Dark Knight") e a Electronic Arts, a produtora do jogo. 
       Juntamente com a Legendary Pictures, o nome de outros dois produtores do filme já é conhecido: Avi Arad, que trabalhou nos estudios da Marvel, e o seu filho, Ari Arad.
       O filme coloca-nos em 2183 e contará a história do comandante Shepard, um soldado que combate contra uma invasão alienígena à galáxia.

19 maio, 2010

Mark Hamill prepara versão cinematográfica do seu livro

       Mark Hamill, o actor que ficou célebre por representar Luke Skywalker na saga "Star Wars", vai adaptar ao grande ecrã o livro de banda desenhada "The Black Pearl", escrito pelo próprio.
       De acordo com o livro de BD podemos esperar um thriller sombrio, arrojado e com algum humor negro, acompanhando a história de Luther Drake, uma personagem pertubada que por acidente se torna num super-herói.
       "Tinha começado a aperceber-me, já há algum tempo, de um interesse da parte de alguns estúdios importantes. Depois, o projecto começou a ganhar vida própria tornando-se um filme adaptado da banda desenhada com um mega-orçamento", afirmou o actor à revista Variety.
        Embora "The Black Pearl" fosse representado pela primeira vez como livro de BD em 1996, este projecto começou como argumento cinematográfico.

Joaquin Phoenix choca Festival de Cannes

       O actor e realizador Joaquin Phoenix deixou a plateia do Festival de Cannes estupefacta com o seu ultimo trabalho “I’m Still Here: The Lost Year of Joaquin Phoenix". Aquilo que se esperava ser um "mockumentary", um documentário ao estilo dos filmes "Borat" ou "Bruno" de Sacha Baron Cohen, revelou-se mais polémico e perturbante do que qualquer filme presente no festival.  
       Joaquin Phoenix exibe neste filme uma sequência de cenas que possuem desde violência visual a sexo explicito. De todo o documentário destaca-se a cena em que um dos assistentes do realizador defeca sobre este enquanto dorme.
       O actor de "Walk the Line" e "The Gladiator" usou o Festival de Cannes como forma de apresentar este trabalho a possíveis distribuidores e investidores,  mas todos eles evitaram quaisquer comentários.
       O filme inclui também a entrevista feita a Phoenix no programa “The Late Show With David Letterman”, onde se começou a duvidar da sanidade mental do actor.
       A entrevista encontra-se abaixo.

12 maio, 2010

Tarantino irá presidir júri do Festival de Veneza

        Quentin Tarantino será o presidente do júri do próximo Festival de Veneza. 
       "Tarantino é um dos realizadores mais surpreendentes da actualidade. Como cineasta tem sido estudado e seguido como uma referência e é provavelmente o único autor americano a ser apreciado em todo o mundo como se fosse uma estrela de rock." afirmou a organização deste festival.
       O realizador de filmes como "Pulp Fiction" e "Inglourious Basterds" sucede assim a Ang Lee, o presidente da edição de 2009 do Festival de Veneza.
        A 67ª edição do certame irá decorrer em Veneza (Itália), entre os dias 1 e 11 de Setembro deste ano.

Primeiros trailers de "Prince of Persia: The Sands of Time"

       O filme "Prince of Persia: The Sands of Time" já possui online os seus primeiros dois trailers.
       Produzido pela Walt Disney Pictures, o filme baseado no videojogo com o mesmo nome conta a história do príncipe Dastan (Jake Gyllenhaal) que tenta salvar o seu reino. Juntamente com a princesa Tamina (Gemma Arterton), o herói terá que impedir que um punhal ancestral capaz de recuar e avançar no tempo caia nas mão erradas.
       Para além de Jake Gyllenhaal e Gemma Arterton o filme conta também com Ben Kingsley e Alfred Molina, tendo sido realizado por Mike Newel.
       O filme tem estreia marcada em Portugal para 27 de Maio.




05 maio, 2010

Revelações de "The Ring 3"

       A Paramount Pictures afirmou que irá produzir a sequela do filme de terror "The Ring 2"(2005).
       A sequela, denominada "The Ring 3D" será no entanto diferente dos anteriores capitulos da série. Apontando para um público alvo mais jovem, esta sequela será feita em animação 3D, abandonando os actores humanos presentes no dois primeiros filmes.
       O argumento está a ser escrito por David Loucka, e será gravado em 3D. Não possui ainda data de estreia.

Sucessor de "The Dark Knight" já tem data marcada

       A Warner Bros. afirmou que a sequela do filme "The Dark Knight" irá ser lançada para os cinemas a 20 de Julho de 2012. Este será o terceiro filme baseado na série Batman, o herói da DC, realizado por Christopher Nolan, sendo os anteriores "Batman Begins" (2005) e "The Dark Knight" (2008), ambos sucessos de bilheteira e aclamados pela crítica em geral.
       Espera-se que o Verão de 2012 seja repleto de filmes de super-heróis estando, para além desta sequela, marcada a estreia de filmes como "The Avengers" e o próximo "Spider-man".

28 abril, 2010

Primeiras revelações de Avatar 2

       James Cameron, realizador de "Avatar" deu a conhecer numa entrevista ao LA Times que a acção da sequela de Avatar irá ser centrada nos oceanos de Pandora.
       "Um dos meus objectivos para o segundo filme é mostrar uma outra perspectiva de Pandora. Vou centrar-me no oceano do planeta Pandora, que será igualmente rico, diverso, louco e imaginativo, mas sem ser apenas uma floresta tropical. Não estou a dizer que não vamos ver o que já vimos, isso estará presente também.", afirmou o realizador.
       Para além disto, o cineasta adiantou ainda que no terceiro filme da saga a história poderá passar-se em outros planetas.
      
       Ver entrevista completa aqui.

"Saw VII 3D" com elenco e sinopse revelados

       Os actores que vão participar em "Saw VII 3D" já são conhecidos. Chad Donella, Tobin Bell, Betsy Russell, Sean Patrick Flanery, Gina Holden, Costas Mandylor, Dean Armstrong e Naomi Snieckus constituem o elenco deste novo capitulo da saga, juntamente com Cary Elwes, actor responsavel pela interpretação de uma das primeiras  personagens da série, Dr. Lawrence Gordon.
       A história do filme irá focar-se num grupo de sobreviventes de filmes anteriores que procuram acompanhamento psicológico junto de Bobby Dagen (Sean Patrick Flanery),sendo este também uma das vitimas de Jigsaw.
       O filme tem estreia marcada para 22 de Outubro deste ano e será, como o próprio nome indica, em 3D.

14 abril, 2010

"Predators" com novo trailer

       O filme "Predators" possui um novo trailer que pode ser visto no site oficial desde ontem.
       O filme de ficção cientifica passa-se num planeta habitado por predadores (os mesmos de "Alien Vs Predator"), onde é enviado um grupo de assassinos e mercenários. Estes são representados por um elenco popular entre o grande publico, sendo de destacar presenças como Adrien Brody ("O Pianista"), Laurence Fishburne ("Matrix"), ou Topher Grace ("Spider-Man 3").
       "Predators" foi realizado por Robert Rodríguez e tem estreia marcada para este Verão.



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Sequela de "Johnny English" a caminho

       A sequela de "Johnny English", um filme cómico sobre espionagem, irá ser brevemente produzida pela universal pictures. O essencial actor Rowan Atkinson irá interpretar novamente Johnny English, a personagem que dá nome ao filme, e sem duvida a personagem que deu sucesso ao primeiro filme, facturando 160 milhões em todo o mundo.
       Esta sequela vai começar a ser gravada em Agosto deste ano, tendo Oliver Parker como realizador.


31 março, 2010

Disney prepara nova versão de "A Bela Adormecida"

       A próxima produção da Disney será "Maleficent", um filme baseado no conto "A Bela Adormecida", mas desta vez contado a partir do ponto de vista da Bruxa Má e retratado com actores reais.
       Nenhum actor está ainda confirmado, no entanto Angelina Jolie já tornou público o seu interesse em interpretar o papel principal .
        O argumento, quase acabado, está ao cargo de Linda Woolverton e, embora não haja ainda confirmação, tudo indica que seja Tim Burton o realizador, ou seja, "Maleficent" contará com a mesma dupla argumentista/realizador do recente "Alice no Pais das Maravilhas". Tim Burton, que possui neste momento projectos como "A Familia Adams" e "Dark Shadows", só irá confirmar a realização da nova versão do popular conto da Disney após leitura do argumento final.

30 março, 2010

Estreia de filme com Uma Thurman com apenas um espectador

       O ultimo filme protagonizado por Uma Thurman, Motherwood, vendeu apenas um bilhete no seu dia de estreia em Londres.
       O filme, que aborda temas como a maternidade, teve ao longo do fim-de-semana só 11 espectadores, rendendo apenas 88 libras (cerca de 100 euros). Em todas as outras salas de cinema do Reino Unido em que o filme foi exibido, a rejeição por parte do público foi semelhante, algo que já havia acontecido nos EUA, onde o filme não facturou nem 1% do seu orçamento total.
       Este não foi no entanto o maior insucesso da história do cinema, cabendo essa "honra" a My Nikifor, um filme Polaco estreado em 2007.
       Para além de Uma Thurman, o filme conta também com Anthony Edwards, Minnie Driver e Jodie Foster, mas nem tal elenco foi suficiente para dar sucesso ao filme.

24 março, 2010

Morreu cineasta José Maria Nunes

       José Maria Nunes, nascido em 1930, morreu ontem, dia 23, em Barcelona, vitima de um acidente vascular cerebral.
       O Presidente da República, Cavaco Silva, já mostrou os seus sentimentos: "Foi com profunda consternação que tomei conhecimento do falecimento, do senhor José Maria Nunes, a cuja capacidade de realização no domínio cultural e a cujo contributo para as relações entre Portugal e a Espanha, e em particular com a Catalunha, me coube, ainda recentemente, prestar homenagem".
       O cineasta português foi quem deu os primeiros passos da Escola de Cinema de Barcelona, realizou ao todo 14 filmes e deu o seu contributo em 27 obras, sendo a sua ultima "Res Publica".

22 março, 2010

Tim Burton irá realizar filme da Familia Adams

       Tim Burton, realizador do sucesso de bilheteira "Alice no Pais das Maravilhas" afirmou recentemente que se prepara para realizar uma longa-metragem de animação baseada nas histórias iniciais da "Familia Adams".
      O realizador adiantou que o filme vai ser feito em 3D, recorrendo à técnica de animação stop-motion, utilizando miniaturas que serão animadas cena a cena (técnica utilizada no filme "A Noiva Cadáver", do mesmo realizador).
       Os direitos das personagens originais criadas por Charles Addams já foram adquiridos pela Illumination Etertainment, da Universal, sendo portanto esta a financiar o filme.
Tim Burton - Site Oficial

16 março, 2010

District 9

Realização: Neill Blomkamp
Interpretação: Sharlto Copley, Jason Cope, Nathalie Boltt
Ano: 2009

       Uma nave espacial alienígena chega ao nosso planeta e pára sobre Joanesburgo, África do Sul. Não mostrando qualquer sinal de vida ou de qual possa ser o objectivo da sua vinda ao nosso planeta, a população terráquea decide forçar a entrada na nave. Lá, encontram centenas de alienígenas, enfraquecidos, com fome e vivendo em condições desumanas (se é que assim podemos chamar). Não sabendo bem o que fazer com eles, o governo local transporta estes seres para uma área chamada Distrito 9 (uma alusão ao Distrito 6 do regime do apartheid).
       Aqui, os alienígenas vivem com poucos ou nenhuns direitos, num ambiente quase anárquico. Não param de crescer em quantidade, então o governo decide mudá-los para um novo distrito, o distrito 10, mais distante das habitações humanas.
       A história do filme começa aqui, quando Wikus van de Merwe (Sharlto Coplay), um simples funcionário da empresa responsável por relações entre humanos e alienígenas, a MNU, é encarregue de informar os extraterrestres da sua mudança.


       Este é o ponto de partida para a história, mas durante as duas horas de filme, a narrativa muda completamente em certos pontos, tornando-a imprevisível até ao seu final.
       District 9 não é apenas um filme sobre extraterrestres, é muito mais que isso. Estes são apenas uma metáfora para os problemas sociais, que ainda hoje existem, de grupos minoritários. A população de Joanesburgo não simpatiza de nenhuma forma com estes visitantes. Não havendo forma de diálogo, sendo de culturas e raças completamente diferentes e tendo os alienígenas um aspecto repulsivo, a cidade quer vê-los o mais longe possível das suas casas.
      No entanto, por mais diferentes que eles sejam de nós, durante o filme vemos estes seres reagirem da mesma forma que os humanos, mostrando sofrimento, angustia, desejos e sensibilidade. Inevitavelmente o espectador começa a sentir compaixão por estes, revoltando-se com a forma como eles são tratados.


       District 9 é uma análise ao comportamento humano no que toca à forma como tratamos aqueles que são diferentes de nós. Mostra o pior que pode existir ao nível da xenofobia e racismo, por vezes de forma sarcástica. É uma representação social alternativa de regimes como o apartheid ou o regime nazi.
       Sharlto Coplay desempenha o seu papel de forma credível, sendo a única personagem humana relevante, todo o filme gira à volta dele.
       A nível de efeitos especiais, as animações por computador e a interacção das mesmas com as personagens de “carne e osso” está bem conseguida, mas nada que nos surpreenda nos dias de hoje.
       Um filme bastante metafórico e simbólico, utilizando extraterrestres para criar algo nunca antes feito.

.João Miranda
[7/10]

500 Days of Summer

Realização: Marc Webb
Interpretação: Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel
Ano: 2009

       500 Days of Summer é uma história sobre uma rapariga que não acreditava no amor, e o rapaz que se apaixona por ela.
       Logo no inicio do filme o espectador é transportado directamente para momentos depois do rompimento da relação entre Tom (Joseph Gordon-Levitt) e Summer (Zooey Deschanel). Tom encontra-se destroçado e perdido, enquanto os amigos que o rodeiam procuram uma forma de o animar.
       Só depois é nos dado a conhecer um pouco mais sobre as personagens e o que aconteceu até este momento, sendo todo o filme contado sob o ponto de vista de Tom, enquanto este relembra os momentos que marcaram a sua vida com Summer, antes e depois desta ter acabado a relação.
       A narrativa não é linear, avançando e retorcendo dias, principalmente de forma a comparar quem era Tom durante a relação, e o impacto que o rompimento desta teve nele. Apesar de a história estar constantemente a saltitar entre o passado e o presente, isto nunca confunde o espectador, sendo toda ela bem perceptível.


       500 Days of Summer é um filme sentimentalmente forte, chega a ser cruel. O filme é frio com o público, mas sobretudo, verdadeiro. Para quem procura um romance com final feliz e fácil de digerir deve, sem dúvida, evitar este título. No entanto, não é apenas um filme triste e dramático. Há espaço para comédia e para momentos adoráveis entre o casal. É sem dúvida um filme bastante completo, retratando de forma pura todas as emoções de uma relação: Desde os primeiros sinais de desejo até ao término.
       Uma obra realista e verdadeira, retratando aquilo que já aconteceu um pouco pela vida de muitos de nós.
       Ideal para quem começa a exigir algo mais original da Sétima Arte.

.João Miranda
[8.5/10]

10 março, 2010

Eternal Sunshine of the Spotless Mind


Realização: Michel Gondry 
Interpretação: Jim Carrey, Kate Winslet, Elijah Wood, Kirsten Dunst
Ano: 2004

      Joel (Jim carrey) fica chocado quando descobre que após o rompimento da sua relação com Clementine (Kate Winslet) esta decidiu recorrer a uma agência para apagar (literalmente) todas as memórias que possuía dele. Revoltado, decide recorrer à mesma agência para destruir todas as recordações que possuía com Clementine. Mas é quando Joel revê os bons momentos que ambos passaram que se arrepende, e começa a procurar uma forma de evitar que estes sejam apagados.
       Logo quando nos são apresentadas as personagens principais podemos ver que não estamos a presenciar um romance normal. Joel e Clementine estão longe de serem perfeitos como os amantes de romances cliché. Joel não é confiante de si próprio e mostra-se pelo filme inteiro como alguém tímido e reservado em todos os aspectos, desde a sua forma de se vestir até às suas atitudes. Clementine, pelo contrário, é extrovertida e descarada. Enquanto Joel transmite um certo medo que notem nele, Clementine tem como hobbie pintar o cabelo de cores vivas. Ela não é especialmente atraente, e apresenta uma personalidade algo complicada e impulsiva. Nem estes são sequer perfeitos um para o outro, aliás, são as suas diferenças que geram em vários momentos do filme um choque de personalidades. As duas personagens estão repletas de imperfeições e defeitos e é isso que as torna humanas e identificáveis.



        É essencialmente um filme sobre recordações e sobre o amor, invocando-o de formas distintas e olhando para o sentimento sob vários pontos de vista. Sendo assim, o filme jamais poderia se focar exclusivamente no romance principal, possuindo também algumas narrativas paralelas a esta. É possível que os arcos narrativos secundários aborreçam de alguma forma quem pretende ver apenas o romance entre Joel e Clementine, mas estes são essenciais para a conclusão do filme em si.
        Eternal Sunshine é um filme poético e um hino á beleza da imperfeição humana. Obviamente, são mais aqueles que preferem assistir a um romance com amantes perfeitos e amores infalíveis do que observar personagens banais a enfrentarem problemas vulgares, por isso não é um filme que agrade a todos. Para além disso, a narrativa não é linear, chega a ser abstracta e psicadélica em alguns momentos, algo que nem todos os espectadores estão dispostos a aceitar.
        Algo que deve ser notado para além disto, é sem duvida a banda sonora, sendo soberba e encaixando perfeitamente com cada momento do filme.

        Quanto ao elenco não ha muito a dizer: Kate Winslet e Jim Carrey desempenham os seus papeis de forma soberba, e outra coisa não seria de esperar.
        Eternal Sunshine of The Spotless Mind não é um filme para nos entreter, mas sim para nos fazer pensar. Coloca-nos questões como “Se pudéssemos apagar certas memórias, seria isso o melhor para nós?”
.João Miranda
[10/10]

04 março, 2010

Fight Club

Realização: David Fincher  
Interpretação: Brad Pitt, Edward Norton, Helena Bonham Carter
Ano: 1999 

       O Narrador (Edward Norton) é uma alguém rendido ao consumismo, com uma vida simples, segura, mas isenta de significado. Atormentado pelo vazio da sua vida encontrou salvação participando em terapias de grupo, ouvido relatos de vidas bem piores que a sua, conseguindo assim sentir-se calmo e completo. Mas é quando conhece Tyler Durden (Brad Pitt) que descobre uma forma de mudar a sua vida radicalmente.
       E é ao entrar em cena Tyler Durden que somos bombardeados com filosofias de vida e formas de pensar que, de uma forma ou de outra, acabam por ter impacto em nós. A personagem interpretada por Brad Pitt está sempre disposta a mostrar os seus pontos de vista niilistas e anti-capitalistas ao longo do filme. Repleta de carisma e confiança nas suas crenças, é o ponto principal da essência do filme.


      Fight Club é a representação de um estilo de vida e uma forma de pensar completamente diferente ao que a maioria de nós está habituado. É uma revolução cultural, um grito de revolta contra uma sociedade consumista e superficial. Faz-nos pensar sobre o mundo que nos rodeia e sobre os valores da sociedade. É, mais do que visualmente, psicologicamente violento: Faz o espectador pensar em coisas que provavelmente seria melhor não o fazer. É um dos poucos filmes capazes de mudar a perspectiva de alguém.
       No meio disto tudo, Marla (Helena Carter) dá o toque feminino ao filme, dado lugar para um pouco de romance.
       Fight Club não é um filme acessivel. Devido à sua complexidade e à  agressividade da mensagem que transmite é provável que muitos não gostem ou o interpretem de forma errada. Mas com um elenco empenhado, uma narrativa forte e com um final surpreendente, não há desculpa não não ver um dos maiores filmes de culto.

.João Miranda
[9/10]