11 abril, 2011

The Social Network

Realização: David Fincher
Interpretação: Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake
Ano: 2010

Admito que quando soube que David Fincher estava a realizar um filme sobre a criação do Facebook fiquei pouco entusiasmado. Afinal, porque haveria o realizador de Fight Club realizar um filme sobre a criação de uma rede social? Não haveria projectos mais interessantes por onde pegar? É óbvio que, depois de ver o filme, apercebi-me que Fincher e o argumentista Aaron  Sorkin sabiam aquilo que estavam a fazer. É curioso como uma história sobre a criação de uma empresa por geeks informáticos consegue ser uma viagem tão emocionante como a retratada em The Social Network.
O filme começa com um diálogo entre Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg) e a sua namorada Erica Albright (Rooney Mara), que depressa se torna numa batalha verbal terminando com o rompimento da relação. Enraivecido, Mark decide vingar-se da ex-namorada expondo detalhes íntimos da mesma no seu blog, criando ao mesmo tempo um site incorporado na rede de Harvard onde as alunas da universidade eram comparadas a nível sensual.


Este episódio foi o primeiro passo para a criação do Facebook e é também uma forma de apresentar ao espectador a personagem que o acompanhará ao longo do filme.
Mark é alguém com um intelecto admirável. Esta qualidade tornou-o arrogante e com sentimentos de superioridade. É a personagem principal, mas não é necessariamente o “herói” do filme. The Social Network conta uma história de um ponto de vista imparcial, deixando ao espectador a liberdade de formar a sua própria opinião para cada uma das personagens.
A história da criação da rede social é contada através de flashbacks, sendo que o presente se passa à volta de uma mesa redonda onde a personagem de Jesse Eisenberg carrega às costas dois processos judiciais contra ele - um deles, do seu ex-melhor amigo e co-fundador do Facebook, Eduardo Saverin (Andrew Garfield).
The Social Network aborda temas como a amizade, traição e ganância. De destacar a ganância de todas as personagens envolvidas na criação da rede social, querendo sempre mais tanto para a mesma como para o seu bolso. É também uma história de solidão, tendo Mark poucos amigos no princípio do filme e ainda menos no fim – foi provavelmente esta característica que o levou a criar uma rede social.
A narrativa é contada a um ritmo alucinante, e o melhor exemplo é a velocidade dos diálogos, extremamente rápidos desde a primeira cena, como se estes fossem um desafio intelectual à capacidade do espectador os acompanhar. E a verdade é que é necessária uma boa capacidade de concentração para poder acompanhar a história e percebe-la a 100%. Da mesma forma, conhecimentos a nível de termos empresariais ou informáticos também ajudam. Isto será um ponto a favor para quem procura um filme inteligente, mas pode também ser um motivo de frustração para quem procura algo mais leve e descontraído.
A banda sonora, feita por Trent Reznor (aka Nine Inch Nails) e Atticus Ross, é uma das melhores dos últimos tempos (a Academia e os Globos de Ouro comprovam-no). Encaixa-se tão bem em cada cena e no ambiente do filme que muitas vezes nem nos apercebemos que ela está lá – mas está, e isso faz a diferença toda.
The Social Network é um filme brilhante, com nenhumas falhas relevantes a apontar, dando-nos a conhecer a história da criação de uma rede social que muitos de nós usamos diariamente.

.João Miranda
[10/10]



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